sábado, 4 de agosto de 2012

Para Não Acordar A Manhã

 

Para Não Acordar A Manhã
                                            por Cleder Zvonzik
 

Levado pelo dançar das ondas de seus passos
Que me incendeiam os olhos ao som de bosques e vilarejos.
Sinto meu coração num recital de cânticos
Que junto vou cantando e nem os conheço
Enquanto vou escalando marés e lagoas
Em tua boca de doce riso, encantos e ensejos
 
Degustar o vinho na mesma taça
E nos render a um grato sonho de uma tarde que cai...
No mesmo tempo em que a lua meditativa se levanta
E distraída deixa cair_ um a um_ de seus véus de prata sobre nós

Acordar!? Voltar?!
Que não seja agora...
Que não seja já!

 Ficar longe, longe, bem longe
Longe do sorrir que quer se ausentar
Ficar longe, longe... Infinitas léguas distantes


Deixar os versos do vento sacudirem a renda da saia
E flagrar a dança das flôres do vale campestre

Do aroma da noite que desce discreto revelando cheiros e gostos
Erguer nossos olhos_ já um tanto umidecidos:
Morada nossa que se perfuma
                                     [ cheia de gentilezas e graça


E enfeitar nossas vozes com carícias,
Prosas e brumas leves todas
Sussurrando bem baixinho
Para não acordar a manhã